sábado, 5 de novembro de 2011

5 de novembro - A maior derrota corintiana - Palestra Italia 8x0 Corinthians

Era o "maior revez" em 1933. Segue sendo em 2011.




5 de novembro de 1933 é uma data indelével na história palmeirense – mas talvez mais ainda na de nossos arquirrivais. Há 78 anos, o grande público que compareceu ao Parque Antarctica presenciou a maior de todas as derrotas alvinegras em seus 101 anos de vida. Deve ser muito duro saber que a maior pancada de todas veio justo do principal adversário, não?


A partida daquela tarde de domingo era válida simultaneamente por duas competições: o Paulista e o Rio-São Paulo, que estava em sua primeira edição. No primeiro turno – mais precisamente, na primeira rodada de ambas as competições – o time verde já brindara o Corinthians com uma goleada de 5 a 1 em pleno Parque São Jorge, em 7 de maio.


O Palestra Itália já vinha do título estadual do ano anterior, enquanto o time mosqueteiro amargara apenas a sexta colocação. A estreia das equipes no futebol profissional, adotado em 1933, não poderia ser mais esclarecedora de como se desenrolariam aquelas competições. Permaneceríamos no topo da tabela ao longo dos dois torneios, ao passo que o rival se despediu prematuramente da possibilidade de qualquer conquista.


Dessa forma, quando aquele fatídico dia chegou, o Palestra Itália liderava as duas competições, mas curiosamente em ambas estava empatado na liderança com o extinto São Paulo da Floresta. Quando as equipes entraram em nosso, uma buscava glórias; a outra, descontar a humilhação de seis meses antes. Só uma delas conseguiria seu objetivo na peleja que começou às 15:55, e logo aos dezessete minutos ficou claro qual seria: Romeu Pellicciari, o ator principal da trama, marcava o primeiro dos quatro gols que o eternizariam no clube. O primeiro tempo terminaria com 3 a 0 (todos de Romeu), isto sem contar uma penalidade clara por mão na bola que o juiz não assinalou. O time não tiraria o pé do freio na segunda etapa: foram mais seis gols – um deles anulado - até Haroldo Dias de Mota trilar o apito pela última vez e encerrar a partida com o assombroso placar de Palestra Itália OITO, Corinthians ZERO.


A repercussão foi enorme, bem como as consequências para o alvinegro. Hoje é comum vermos técnicos caírem após derrota em clássico; daquela vez, porém, isso foi pouco: a diretoria toda do Corinthians, encabeçada por aquele que dá nome à Fazendinha (Alfredo Schürig), foi derrubada após o vexame. Hoje é comum vermos a torcida invadir o clube após uma humilhação. Daquela vez… bom, daquela vez também foi exatamente isso o que aconteceu - o que causou a queda do comando rival. Mais detalhes sobre a partida e a crise que ela gerou podem ser obtidos aqui. E recomendamos ao amigo leitor o relato da Folha da Manhã da terça-feira seguinte, com a descrição fiel dos lances deste jogo eterno.


Depois daquela tarde, dificilmente o Palestra perderia alguma competição, e não deu outra: no fim de semana seguinte, uma vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo-F, também pelos dois torneios, sacramentaria o bicampeonato estadual. Já o Rio-São Paulo foi conquistado algumas semanas depois, no início de dezembro, em um 2×1 sobre o Fluminense em que até o empate bastaria. Vale lembrar que o Palestra Itália foi o primeiro vencedor do Rio-São Paulo, como também do primeiro Robertão, da primeira Copa Mercosul e da primeira Copa dos Campeões.


Foram dois títulos importantes, mas é difícil sobrepô-los ao dia em que Romeu foi às redes quatro vezes, Imparato III mais três e Gabardo uma, no dia em que tivemos a honra de impingir a nossos eternos fregueses arquirrivais a maior derrota em suas mais de 5300 partidas até hoje.


FICHA TÉCNICA


05/11/1933 – PALESTRA ITÁLIA-SP 8 x 0 CORINTHIANS-SP – CAMP.PAULISTA / TORNEIO RIO-SP
Estádio Palestra Itália – Parque Antártica – São Paulo / SP – Brasil
Árbitro: Haroldo Dias da Mota
Palestra Itália (São Paulo/SP): Nascimento, Carnera, Junqueira, Tunga, Dula, Tuffy, Avelino, Gabardo, Romeu Pellicciari, Lara, Imparato III – Técnico: Humberto Cabelli
Corinthians (São Paulo/SP): Onça, Rossi, Bazani (Nascimento), Jango, Brancácio, Carlos, Carlinhos, Baianinho, Zuza, Chola, Gallet – Técnico: Pedro Mazzulo
Gols: Romeu Pellicciari (Palestra Itália), 7 min, 30 min, 40 min primeiro tempo, Gabardo (Palestra Itália), 1 min, Romeu Pellicciari (Palestra Itália), 7 min, Imparato III (Palestra Itália), 9 min, 35 min, 40 min segundo tempo
Romeu fez quatro naquele dia


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